Febre Reumática

O que é febre reumática?

A febre reumática é uma doença autoimune que causa inflamação em vários tecidos do corpo, incluindo as articulações, a pele, o cérebro e o coração. Ela acontece após uma faringite ou amigdalite, provocada pela bactéria Streptococcus pyogenes, e que não foi tratada corretamente. A infecção por essa bactéria pode ocorrer em todas as idades, porém, é mais comum em crianças e adolescentes de até 15 anos.

Se também não tratada corretamente, a febre reumática deixa sequelas cardíacas graves, com consequências por toda a vida e que podem levar à morte. É uma doença que aparece em surtos, e se não for prevenida, cada um deles aumenta a chance de lesões cardíacas graves.

Em qualquer sinal ou sintoma de infecção recorrente na garganta, consulte um médico para que o tratamento mais adequado seja iniciado, evitando o surgimento da febre reumática ou outras complicações da infecção.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas da febre reumática são:

• Febre alta, acima de 39ºC
• Dor e inchaço nas articulações (na maioria das vezes nos tornozelos, joelhos, cotovelos e pulsos)
• Fadiga e fraqueza muscular
• Falta de ar
• Dor no peito e tosse
• Inchaço das pernas
• Movimentos involuntários dos braços, pernas ou rosto (coreia)
• Nódulos na pele ou manchas avermelhadas

Esses sintomas acontecem isoladamente ou combinados, variando de pessoa para pessoa. Além disso, costumam aparecer entre 2 semanas até 6 meses após a infecção pela bactéria, e podem durar vários meses, dependendo do tratamento e da imunidade do paciente.

Quais são as causas da febre reumática?

As causas exatas da febre reumática ainda não são totalmente conhecidas, mas se sabe que estão relacionadas a uma reação autoimune desencadeada por uma infecção anterior da garganta, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes.

Após essa infecção, o sistema imunológico produz anticorpos que, além de combaterem a infecção, atacam de forma errada as células saudáveis do corpo, levando à inflamação de tecidos, principalmente nas articulações, coração e pele.

A doença é mais comum em crianças e adolescentes, sendo mais provável em pessoas com histórico familiar da doença ou quando a infecção estreptocócica não é tratada adequadamente com antibióticos.

Quais são os fatores de risco?

Alguns fatores aumentam o risco de uma pessoa desenvolver um quadro de febre reumática. Entre eles, estão:

• Idade, principalmente crianças entre 5 e 15 anos
• Gênero, mulheres tem maior predisposição
• Condições socioeconômicas, como viver em aglomerados habitacionais com falta de saneamento básico e ter alimentação inadequada
• Histórico familiar, por predisposição genética
• Certos tipos de Streptococcus pyogenes são mais propensas a causar febre reumática
• Fatores ambientais

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da febre reumática é clínico, se baseia na presença de sintomas característicos e no histórico médico do paciente. Ele pode ser realizado por um clínico geral, reumatologista ou pediatra, por meio de exame físico e laboratoriais. Alguns deles são:

• Exames de sangue para detectar os anticorpos contra estreptococos, como o ASLO (identificador da toxina produzida pela bactéria), e marcadores de inflamação, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C-reativa (PCR)
• Eletrocardiograma, ecocardiograma, raio-X, em hipóteses de comprometimento das válvulas do coração

Febre reumática tem cura? Qual o tratamento?

Não existe uma “cura” definitiva para a febre reumática, mas é possível ser controlada, assim como seus sintomas, se identificada precocemente e se o tratamento for feito corretamente.

O tratamento envolve uma combinação de medicamentos, como:

• Antibióticos: para erradicar a bactéria e prevenir infecções subsequentes
• Anti-inflamatórios: para reduzir a inflamação das articulações e do coração
• Anticonvulsivos: em casos de coreia, para controlar movimentos involuntários

Além disso, é importante repousar e fazer o acompanhamento médico regular. Em casos de complicações cardíacas graves, é necessária a intervenção cirurgia.

Riscos associados a febre reumática

Os riscos associados à febre reumática são:

• Artrite migratória (dor nas articulações que se desloca de uma para outra)
• Comprometimento cardíaco, como sopro cardíaco e cardite, sendo necessária uma cirurgia para troca da válvula cardíaca em casos graves
• Coreia de Sydenham (movimentos descoordenados dos membros devido à inflamação cerebral)
• Eritema marginado (manchas avermelhadas na pele)
• Nódulos subcutâneos (sob a pele)
• Fraqueza geral e falta de apetite
• Febre baixa e falta de ar

É possível prevenir a febre reumática?

Sim, é possível! A prevenção mais eficaz é pelo tratamento adequado das infecções por Streptococcus pyogenes, como a faringite e a amigdalite. A profilaxia (prevenção) com antibióticos, como a penicilina benzatina é a mais recomendada.

É essencial que o tratamento seja feito de forma completa e sob orientações médicas.

Para pessoas que já tiveram pelo menos um episódio de sintomas de febre reumática, é necessário consultar um médico o quanto antes e seguir as orientações de tratamento, evitando que mais surtos aconteçam e haja risco maior de complicações.