Homeopatia: o que é e como funciona

O que é homeopatia e para que serve?

Você já deve ter ouvido ou até mesmo dito a expressão “doses homeopáticas”, correto? Ela é conhecida popularmente por se referir a algo que será feito aos poucos, em pequenas quantidades. Porém, muitos que a usam desconhecem a homeopatia e nem sabem que essas “doses mínimas” é um dos seus quatro princípios.

A homeopatia é uma ciência terapêutica que trata cada paciente de forma individual e integral, conforme o seu modo peculiar de adoecer, utilizando substâncias altamente diluídas como medicação. Partindo do diagnóstico do desequilíbrio físico, mental e emocional que a pessoa apresenta quando adoece e de remédios capazes de estimular a reação curativa do organismo, o método busca diminuir a predisposição às doenças, curar condições agudas e de longa duração, sem efeitos adversos e restabelecendo o equilíbrio de corpo e mente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a especialidade como uma prática da Medicina Tradicional e Complementar (MTC). Estudos trazem dados demonstrando que, internacionalmente, cerca de 7% da população utiliza a homeopatia como forma terapêutica em todo o planeta.

No Brasil, ela é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB) como especialidade médica desde 1980. Após cursar a graduação, o profissional necessita fazer uma especialização de 2 anos como formação complementar para exercer a prática.

O médico homeopata é habilitado para tratar diversas enfermidades, desde as alergias respiratórias até problemas emocionais. Bastante utilizada em casos de Influenza, dengue e até Covid-19, a homeopatia é também um recurso preventivo efetivo nas doenças epidêmicas e promove a redução do adoecimento coletivo.

Continue lendo o artigo para conhecer melhor este recurso, suas vantagens e princípios e saber quando ele é indicado para ajudar nos problemas de saúde.

Quando surgiu a homeopatia?

O Dia Mundial da Homeopatia é celebrado em 10 de abril, por ser a data de nascimento de Samuel Hahnemann (criador deste método terapêutico), na Alemanha, em 1755. Embora considerado um bom médico, ele estava desiludido com a pouca eficácia dos tratamentos utilizados na época e testou em si diversos remédios. Em 1796, Hahnemann publicou o importante ensaio “Um novo método para averiguar os princípios curativos das drogas”.

Em função da grande controvérsia em torno de seus experimentos, o alemão conseguiu autorização para a fabricação de seus medicamentos apenas em 1821. Nessa fase, escreveu seu último livro importante, “Doenças crônicas, sua natureza e tratamento homeopático” (1828).

Em 1831, Hahnemann ajudou a conter uma epidemia de cólera na Europa. Na França, o método ganhou adeptos e, nos Estados Unidos, foi fundada uma sociedade homeopática. Ele morreu em Paris, em 1843. Seus estudos foram rapidamente difundidos e serviram de inspiração para novas gerações de clínicos. O médico alemão e seus discípulos desenvolveram 100 substâncias curativas. Atualmente, há mais de 3 mil delas.

Então, o termo que nomeia a prática é mencionado na área da saúde há cerca de dois séculos. No Brasil, o Dia Nacional da Homeopatia é comemorado em 21 de novembro, pois foi nesta data, em 1840, que chegou ao país Benoit Jules Mure, um discípulo francês de Hahnemann.

A especialidade foi incorporada pelo Ministério da Saúde como uma prática integrativa e complementar somente em 2006.

Quais são os 4 princípios básicos da homeopatia?

Por ser uma abordagem terapêutica que busca tratar o paciente de forma integral, a homeopatia é baseada em quatro princípios fundamentais:

1. Lei dos Semelhantes (citada por Hipócrates no ano 450 a.C.): a doença pode ser curada pela mesma substância que a provoca
2. Experimentação em pessoa sadia: também chamada de experimentação patogenética, homeopática ou pura, é o procedimento de testar substâncias medicinais em indivíduos saudáveis para identificar os sintomas que irão refletir sua ação
3. Diluição/doses mínimas: as substâncias utilizadas são diluídas diversas vezes (para potencializar seu efeito), tornando-se mais eficazes e seguras
4. Medicamento único: o paciente deve tomar somente o medicamento que contenha o maior número de estímulos para os sintomas que ele apresenta

O processo de diluição do remédio é acompanhado de uma agitação vigorosa, potencializando os efeitos das substâncias. Esse processo (conhecido como dinamização ou sucussão) é fundamental para a homeopatia, pois é ele que transforma a substância em um medicamento capaz de estimular a capacidade de cura do organismo.

Para os médicos dessa especialidade, cada paciente é único e deve ser tratado de forma individualizada, considerando as particularidades de cada um. O método terapêutico considera não apenas os sintomas físicos, mas a personalidade, os hábitos, as emoções e a história da pessoa. Por isso, os medicamentos homeopáticos não devem ser compartilhados, lembrando que a prática é focada em cada doente especificamente, não trata a condição e não alivia sintomas de forma generalizada.

Quais os tipos de doenças tratadas pela homeopatia?

A especialidade desenvolveu uma certa tradição no tratamento de algumas condições em especial. É comum a procura da homeopatia para o tratamento de:

• Transtornos psicofisiológicos
• Ansiedade
• Pânico
• Depressão
• Distúrbios menstruais
• Falta de concentração
• Distúrbios do sono (insônia/sonolência excessiva)
• Alterações cutâneas (na pele)
• Alergias (rinite/urticária)
• Asma
• Infecções das vias aéreas (sinusite, bronquite, faringite, amigdalite de repetição)
• Tosse
• Gripe
• Dengue
• Alterações gastrointestinais (estomatite, esofagite, gastrite, colite, dor abdominal)
• Diabetes
• Cefaleias (diversos tipos de dor de cabeça, incluindo enxaqueca)
• Dores na coluna
• Artrite reumatoide
• Disfunções na tireoide
• Sobrepeso e obesidade

Quando a homeopatia é indicada?

A medicina ocidental possui duas correntes terapêuticas opostas: alopatia e homeopatia. Enquanto a homeopatia é embasada na cura pelo semelhante, a alopatia, relacionada à medicina convencional, trata doenças com medicamentos que produzem efeitos contrários aos sintomas provocados por aquela enfermidade.

De forma ampla, qualquer pessoa pode fazer tratamento homeopático, desde que seja recomendado e acompanhado por especialistas. A prática é utilizada como método principal ou coadjuvante, devendo ser alternativa e complementar à medicina tradicional, segundo a OMS.

Esse tipo de medicamento é indicado, principalmente, para organismos mais frágeis, como de crianças e idosos, por ser eficaz e seguro. Os remédios têm base em substâncias naturais, não viciam e diminuem os efeitos colaterais e reações adversas. Ainda há outra vantagem para os pacientes: uma administração mais fácil, com soluções líquidas em dose única e gotas ou glóbulos (pequenos grãos esféricos constituídos por sacarose).

A opção terapêutica é normalmente sugerida para quem não tem resultados positivos com tratamentos convencionais (medicação alopática) ou busca evitar a ingestão deste tipo de remédios por longo prazo.

Por ajudar a equilibrar o organismo, aumentar a qualidade de vida, auxiliar no rejuvenescimento do corpo e evitar novas doenças ou a sua reincidência, a prática também é um braço da Medicina Preventiva.

Homeopatia infantil

A homeopatia pediátrica não tem diferença da prática para os adultos. Ela está focada no restabelecimento do equilíbrio da energia vital.

O uso de medicamentos homeopáticos no tratamento infantil é cada vez mais presente. O médico especialista conversa com os pequenos e com os pais e responsáveis, para entender melhor tudo o que ocorre no dia a dia da família e da escola ou creche.

Na homeopatia pediátrica, a saúde infantil é restabelecida com um tratamento sutil e não agressivo. Mais do que controlar os sintomas, a especialidade objetiva tratar os desequilíbrios orgânicos (como a recorrência de infecções, gripes e resfriados), psicológicos (como fobias e medos) e emocionais (como estresse).

Ela é uma grande aliada no crescimento infantil e para crianças com dificuldades para dormir, agitação, ansiedade e problemas respiratórios.

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